Baú de Lembranças
 

JUPYR - lembro que num dos muitos aniversários que o Jupyr Mantovani já fez até hoje, quando ainda trabalhavamos lá no prédio da Agência Centro, nas famosas baias, demos ao estimado amigo um presente que creio tenha sido inesquecível (a não ser que ele já tenha esquecido). Afinal um carinho "tão grande" não dá para esquecer.
O embrulho do presente erá enorme e tinha que ser afinal o Jupyr calçava 46 (acho que exagerei).
Com os colegas em volta o Jupyr abriu ansioso o pacote e qual não foi a surpresa, uma par de sapado tamanho 200 (ou mais).
Nós achamos muito engraçado.
Alguns colegas conseguiram emprestado um par de sapatos daqueles que antigamente serviam de propaganda colocados na entrada da loja.
Acho que gostou, mas teve que devolver para a loja.

Esta é uma das muitas estórias da nossa fase mais produtiva.
Sugiro então ao d´Elboux criar um departamento no seu site para ir guardando e disponibilizando para deleite de todos as famosas estórias e frase da época.
Por falar em frase vou iniciar com aquela: "trate bem o seu bagrinho, ele poderá ser seu chefe amanhã".
Espero daqueles que a memória ainda não definhou que colaborem com histórias. Lembro aquela do Munia e o cupom premiado (quem vai contar). O Munia não gostou muito, mas hoje são águas passada.

Só peço aos amigos que no meu caso, quando eu for personagem, batam leve.
Obrigado

Jacques - 30/5/2004


Diálogo rápido (para os que os conhecem / ram)

PLÍNIO - Cadê a fita ?
ESGALIA - Está no outro !
PLÍNIO - Que outro ?
ESGALIA - Que fita ?

D'Elboux - 30/5/2004


Personagem principal: PLÍNIO JORGE CAETANO
Na decada de 60 (1960) ainda imperava o Gamma 30 mas ainda no final da decada já estávamos trabalhando com o IBM 360.
Vez por outra a máquina dava pau, i.é, parava por algum motivo. Geralmente a causa era erro de programa e a solução inicial era tirar uma listagem da memória em código máquina (aquele hexadecimal ou octal do gamma 30).
O Plínio era o chefe da produção e com isso tinha o direito de exclusivida. Colocava a listagem em cima de uma mesa, abria os braços e pendia sobre a listagem impedindo ou dificultando qualquer dos interessados (programadores, operadores do computador) examinar a listagem.
Assim todos tinham que aguardar em clima de expectativa para saber do chefe qual era o problema.
Após olhar, olhar, virar páginas e paginas da "dumping" finalmente levantava a cabeça com todo cuidado para evitar liberar o acesso da rodinha à listagem e concluia dizendo: "TEM ALGUMA COISA ERRADA".

Jacques - 31/5/2004


Alô turma das baias do CEPDA.
Ruben Levi, Fuad, Radir e outros numa das baias.
Ruben tira o sapato para ficar mais à vontade.
Porém, o "cheiro" era insuportável.
Aí passa um gaiato, apesar de, como diz o D'Elboux, minha memória invejável (podia até ter sido), não me lembro quem, num cochilo do Ruben, carrega-lhe um dos pés dos seus sapatos e o lança uma das cestas de lixo de outra baia.
Quando o Ruben se dá conta, não acha o sapato, sai a procura do mesmo até se cansar.
Culpou Deus e todo o mundo. Xingou, esbravejou e nada do sapato aparecer.
O Fuad "muito benevolente" quiz dar uma dica de onde o sapato estava.
O Radir todo sorridente nada dizia.
Mas Ruben não quiz saber de prosa.
Findo o expediente, sem um pé do sapato Ruben segue para casa, pela Av. S.João, até o ponto de ônibus, pé calçado, pé descalço.
No dia seguinte, foi aquele banzé.
Não me lembro se o sapato apareceu ou foi mesmo pro lixo.
E o coitado do Ruben aborrecido o dia todo e por muitos dias, até que se acalmou.
E foi isso aí.
Desmintam-me se não foi verdade.

Afiune. - 1/6/2004


Afiune,

Vou dar um pitaco na sua estória.
Quem colocou o sapato do Ruben na cesta de lixo foi o Fábio Dutra.
O Fuad ficou encarregado de dizer ao Ruben onde estava o sapato.
O Fuad se despediu do Ruben e disse que haviam pedido para ele informar onde estava o sapato.
- Ruben - ummmm querrro sabe, queeroo meu sappato aqui.
- Fuad - Ruben pediram para dizer onde está o sapato e não para colocá-lo em algum lugar.
- Ruben - Ummmmm querrroo sabee.
- Fuad - Então até amanhã.
Logo em seguida passa o pessoal da limpeza recolhendo o lixo das latas e lá se foi o sapato para um lado e o Ruben com um pé descalço para o outro
(Amanhangabaú a dentro).
O fato se deu no salão, na descida da escada da sala do Nicolosi.
Radir


NATAIS
Muitas das fotos que o d´Elboux colocou na exposição de "fotos daquele tempo" apresentam nossas reuniões festiva de fim de ano geralmente às vésperas de Natal.
O local preferido sempre foi o Restaurante a Brasileira que ficava na esquina de São João com Anhangabaú e lá está até os dias de hoje.
Na decada de 60 até 1967 nosso grupo era bem reduzido composto de colegas oriundos da Mecanizada, creio que Azor, Odair, Zé Augusto, Plínio, Cezar Henrique e Nicolosi (deve ter algum erro), sendo que o comando ficou a cargo do Azor para desenvolver o primeiro sistema para o Bull Gamma 30.
Logo a seguir nova seleção entre 40 candidatos sobraram 10, que foram os primeiros programadores e operadores para iniciar o processamento de dados em computador no BB em São Paulo.
Assim eramos menos de 20 pessoas apenas. Logo em seguida porem, em 1967 nosso grupo cresceu não lembro de quantas pessoas, mas ainda muito poucos se compararmos com a época da inauguração do primeiro Cesec em 1976.
Isto tudo para dizer, conforme se pode observar pelas fotos, que ocupávamos apenas uma mesa mais ou menos comprida para as nossas comemorações natalinas no Restaurante a Brasileira.
O que acontecia naquele salão grande do restaurante, cujo ambiente encontra-se ainda com o mesmo leiaute daquela época, não parecia coisa de pessoas de alto gabarito, selecionados entre os selecionados. Se alguém disser que é lenda eu concordo. Somos pessoas muito sérias, hoje, mas na época eramos crianças.
As comemorações a partir de uma certa hora aquecia e caroços de azeitona voavam do nosso território sobre os territórios vizinhos e vice-versa a mesma coisa. Ninguém ligava, todos achavam muito natural e mandavam azeitonas também. Outras barbaridades ocorriam como sorvete na cabeça, etc. Melhor parar a descrição.
Numa dessas comemorações não pude participar desde o início das comemorações (começava logo após o expediente do último dia útil antes do natal) e quando cheguei já havia decorrido cerca de 1,5 a 2h.
Achei tudo muito estranho, o meu sorriso não era tão efusivo quando dos colegas que já estavam lá. A expressão peixe fora dágua retratata bem o que sentia; A recepção efusiva, entusiasmada deixava-me, a bem da verdade, com o sorriso amarelo.
Tinha que presenciar cenas estranhas até que estivesse bem calibrado. Acelera, acelera e logo ficava tudo muito natural. Ai sim ficava muito bom.
Para evitar um novo trauma da espécie procuro sempre chegar no início de qualquer bebemoração.
E foi assim que nessa noite nasceu aquele ditado que repito até hoje: " PRA GUENTAR BÊBADO SÓ BEBENDO ".

Jacques = 2/6/2004


Sei de um "causo". Mas não gostaria de contar, pois não conheço todos os detalhes e tem gente que sabe melhor do que eu mas está na moita. Como ninguém se apresentou, vou assumir a responsabilidade. Peço que me corrijam
se estou faltando com a verdade.
Aconteceu assim:
Certo dia chegou o Brunoro, todo faceiro, com um LP embrulhado para presente, dizendo que era para sua noiva. Devia ser véspera de Natal ou do aniversário dela. Percebendo a excessiva felicidade de nosso herói, alguns
colegas, muito matreiros, tramaram uma pegadinha: Substituíram, sem que ele percebesse, o LP por uma rodela de papelão e refizeram o embrulho com exatidão. Dá para imaginar a cena na casa da noiva: surpresa de ambos e
muitas explicações. O que se sabe é que ele finalmente conseguiu manter o noivado, o LP foi-lhe devolvido e tudo se acomodou.
Existe outra história, mas essa só pode ser contada pelo Taccola. Trata-se de uma Kombi batida que o Carlini comprou para consertar e revender. Com a palavra Newton Herbert Taccola.

Abraços. Freire. 4/6/2004


Alguém falou comigo?
Eu (Clodoaldo) vim aqui fazer não sei o quê, não sei aonde. Preciso voltar não sei pra que lugar? E agora?
(Gamma 30 - 15.07.1969) - Lembram-se?

Fuad - 5/6/2004


Lembrei-me de um fato que ocorreu nesta mesma época:

Após o almoço, Afiune, Jacques, Dutra e eu caminhávamos vagarosamente na rua Direita, saindo da pça. Patriarca, em direção à pça. da Sé. (Observando as "meninas", é claro....)
Em direção oposta vinha o Clodoaldo, todo apressado, que nem nos viu.
Chamamos a atenção dele e perguntamos para onde ia. (Aqui repetiram-se suas frases: quem? eu? quando? etc)
Então o convidamos para passear conosco.
Sem hesitar, deu meia volta e juntou-se a nós, voltando vagarosamente de onde vinha, todo apressado....

D'Elboux 6/6/2004


Grande Tacolla ( no tamanho também).
A saudade é muita: de você, dos outros colegas, dos tempos idos e das brincadeiras. Não me recordo se as baias tinham número nem se a nossa era "quase-quase". Se a memória não me falha, você foi o protagonista da estória
do Carlini. Quando soube que a Kombi estava em conserto, fez-se passar pelo Chefe de Oficina e manteve diariamente um diálogo com o Carlini, por telefone, dando-lhe conta do progresso na lanternagem. No final você
informou que a Kombi tinha ficado linda que só, com aquela cor de vermelho berrante, fazendo o Carlini ter um ataque de nervos.
Tacolla, não me deixe mal. Complemente a estória, forneça detalhes ou, pelo menos, diga que isto realmente aconteceu.
Um abraço de seu amigo

Freire. - 7/6/2004


Nesta linha do "causo" do Brunoro acrescento mais uma, aqui do pato:
Estava noivo. Minha noiva que morava em Marília havia vindo a São Paulo com sua genitora para fazer compras do enxoval. Olha só a situação.
Naquela época, vendia chocolate na agcen uma alemoa. Por sinal os diversos tipos de chocolate vendidos eram de variedades muito gostosas (quero dizer saborosas).
Querendo fazer média, comprei uma dessas embalagens do tamamnho... (deixa pra lá).
Embrulhadinho ficou sobre a minha mesa para não me esquecer de levar na saída.
Trabalha daqui, zanza dali chega a hora de ir embora.
Pego o pacote e todo faceiro e pimpão entrego-o à minha noiva no encontro para o jantar, já à mesa do restaurante.
Curiosas, mãe e filha ficam muito atentas na abertura do pacote.
Pacote aberto... SURPRESA!!!
Em lugar daquela suposta bela barra de chocolate... uma carimbeira!!!
Ninguém entendeu nada. Pano rápido recolhi o "presente" e no dia seguinte cheguei botando fogo pelas ventas para recuperar a barra de chocolate e mais do que nunca saber quem fora o safado que me fizera pagar aquele mico.
Antes de abrir a boca... lá estava a barra de chocolate embulhadinha em cima da minha mesa.
Quem fez o serviço? Até hoje não sei.

Agora acho que é a vez do Joel contar como é que o Rubinho ligou para o Sr. Leão, um suposto corretor, para tentar adquirir o seu apartamento, antes de suas núpcias. Das núpcias do Rubinho o Joel sabe mais... conta aí JJ

Fuad - 7/6/2004


O Tereziano, o sacana mais "enrustido" deste planeta, resolveu um dia explorar as plagas sub Gamma 30, e começou a andar lá por baixo, até encontrar a sala do Vicente D'Angelo, lembram dele?
Pois é, tanta ferramenta, cabos elétricos, recipientes para gás, e um telefone. Não faltava nada! Tinha até um termômetro ali por perto. Foi muito rápido, e com massagens circulatórias no instrumento, o Tereziano fez a
temperatura chegar aos 50 graus centígrados.
Toca o telefone na mesa do Gamma. Murilo atende.
-Bom dia, poderia checar a temperatura na sala do Vicente?
Murilo desce olha e volta.
-50 graus!
-O que?? está louco?
Mal o Murilo tinha conferido e voltado, o termômetro se ajustara à real temperatura.
-Reconfira, por obséquio!!
Murilo desce e reconfere.
-20 graus!
Colega, isto é coisa séria. 50 ou 20? o amigo tem problemas de vista?
O termômetro já tinha sofrido nova fricção.
-Faça a gentileza de descer e conferir, mas desta vez de forma correta.
Tempo de ir e vir, Murilo sobe esbaforido:
-45 graus!!
-Colega, pela última vez. Confira essa "m...." direitinho, ou não haverá mais em suas informações anuais a parte de "lhano no trato...".
-20 graus!
Bem, não me lembro se a coisa evoluiu mais duas ou três vezes, mas só poderia ter acontecido com o Murilo, realmente uma pessoa rara e inesquecível, trocando de mãos entre as do Tereziano e as minhas.

Taccola - 8/6/2004


Colegas do Grupo.
Prometido, cumprido.

Certo dia ( acho que foi por volta de 1967) o Jacques encontrou, não sei onde, uma ferradura velha e a levou para a sala do antigo CEPDA, no 7º andar, do lado da Rua São Bento, guardando-a na gaveta de sua mesa.
Todas as manhãs o Plínio passava pela dita sala, quase sempre mal humorado, a caminho da chefia que ficava na sala contígua.
O Plínio tinha fama de zé da bronca, porque broqueava com todo mundo.
A mesa do Jacques ficava bem próxima do caminho dele.
Numa daquelas manhãs o Jacques pegou a ferradura e a deixou cair no caminho doPlínio bem na hora que ele ia passando.
O Plínio se espantou mas continuou impassível seu caminho, como sempre nervoso, sem sequer dizer bom dia aos colegas.
Foi risada geral na sala pela bincadeira do Jacques, que quiz representar a forma "elegante" com a qual o Plínio tratava os programadores.

Desculpe Plínio, mas foi uma das lem branças das brincadeiras alegres que a gente fazia.

É o que me lembro.

Afiune. 8/6/2004


Estávamos já na época das baias no oitavo andar da agência centro.
Na saida do elevador da rua São Bento, no oitavo andar a primeira sala era da secretaria, depois a do Odair e a seguir uma sala maior com programadores, analistas e desenhista.
Minha mesa ficava mais ou menos no centro da sala.
Estava eu com uma listagem (dumping) de computador sobre a mesa quando chegou o Plínio que queria saber do resultado do exame que deveria ter feito referente ao "pau" que estava dando na máquina.
Disse então que examinei minuciosamente e que o erro não era do meu programa e sustentei a informação apesar da insistência do chefe da produção.
Ele não se conformava.
Conversa vai, conversa vem ao ponto que o Plínio irritado disse que se o computador dava pau e não tinha erro aquela listagem que tinha examinado não tinha então nenhuma utilidade.
Ato contínuo o Plínio pegou a listagem com as duas mãos e atirou-a ao chão com muita contrariedade.
Não satisfeito levantou o pé direito e pisou sobre a listagem no chão.
Que azar dele.
Quando olhei para listagem o local onde ele havia pisado ficou marcado com a sujidade natural da sola de sapato.
Ai apontei (rindo é claro) para marca e disse: "ficou a marca de uma ferradura".
Ainda que não acreditem é verdade e alguns ainda estarao lembrados da cena e da marca na listagem.
Os colegas que assistiam a cena não se contiveram, cairam na risada e tudo acabou numa boa.
Ainda bem.

Jacques 16/6/2004


Já não me lembro quem foi o autor da patranha. Chamemo-lo de Raziano (Apenas um nome. Nada a ver com mistura de Radir com Thereziano). A coisa aconteceu mais ou menos desta maneira: O Raziano confabulou com o Dagoberto (desenhista de primeira) para fazer um vale assim

LOJAS AMERICANAS

VALE

CR$10,00

explicando as intenções, no que foi prontamente atendido.
Com o vale na mão o Raziano procurou o Munia e estabeleceu-se então o seguinte diálogo:
Raziano: - Munia, estive ontem nas Lojas Americanas, fiz uma compra e, como eles não tinham troco, deram-me este vale. Não estou disposto a voltar lá. Fica pra você.
Munia: - Ó, Raziano, muito obrigado. Veio a calhar. Estou mesmo querendo comprar um perfume e vou aproveitar este vale para completar o pagamento.
O Raziano, que não é tão mau assim, pretendia impedir que o Munia fosse às últimas conseqüências. Mas, um momento de distração e lá se foi o nosso crédulo e pressuroso amigo rua São Bento afora com destino às Lojas Americanas situada na rua Direita. Em lá chegando, conseguindo encontrar o que procurava, com um sorriso triunfante apresentou-se à moça do caixa, dinheiro na mão, vale incluso. Em face da surpresa da moça, o embaraço do Munia manifestou-se em palidez e titubeantes explicações. Dizem que houve até presença de seguranças. Prevaleceu, entretanto, o bom senso da Gerência que logo percebeu ser o rapaz de boa fé e inofensivo. Por pouco, hein Munia. Não houve necessidade de se chamar a polícia. O seu regresso foi festejado pelos aflitos colegas que já pensavam no pior.
Garanto que o núcleo dessa estória é verdadeiro.

Há outra estória que envolve um despertador. Mas desta não me lembro quase nada. Espero que outro se apresente para contá-la.

Um abraço para todos.

Freire. 17/6/2004


Ao que parece o nosso bom Munia é "freguês" da área de segurança das lojas de departamentos. Esta história também aconteceu de fato: Na época do antigo NPD (Núcleo de Processamento de Dados) no antigo CESEC Santo Amaro, era comum o hábito de fazer uma caminhada ao Carrefour após o almoço para "fazer a digestão", e lá está nosso herói passeando pelas gôndolas daquele supermercado, quando um segurança, não se sabe por qual motivo cismou que nosso amigo havia se apoderado de um par de sapatos à venda, e para comprovar o delito, esse segurança apresentou um tênis velho encontrado num canto próximo, que ele haveria abandonado. E embora nosso desesperado Munia argumentasse que o tênis velho fosse muito maior que o seu pé, e que o sapato que estava usando era idêntico aos vendidos pois ele os havia comprado no dia anterior naquela mesma loja, não conseguiu convencer os responsáveis pela loja, convencidos pela forma incisiva que o segurança o acusava, lá foram todos para a delegacia de policia, e para não estragar a "prova" novinha, nosso apavorado colega foi apenas de meias pela rua (se não me engano numa viatura policial, a memória falha agora), e os sapatos nas mãos das "autoridades".
Em lá chegando, suplicou para que o Carlini fosse até o seu apartamento procurar a nota fiscal do sapato, que por sorte ele havia conservado, para provar sua inocência, já se imaginando no "pau de arara".
Por sorte, a nota foi encontrada e ele assim pode provar que era um bom rapaz, e que havia comprado o produto que o acusavam de haver roubado.
E, fora o susto, tudo terminou bem, com o Munia voltando para o NPD para trabalhar, devidamente calçado (mas com as meias furadas).

Gomes 18/6/2004



34-6444 CEPDA

Este era o número do telefone do escritório no BB, e nosso setor tinha este nome...“Cepda”.

Na época eu estava com 15 anos e tenho muitas lembranças dos amigos e de situações que não poderiam ser esquecidas e gostaria de poder deixar registradas aqui nessa oportunidade única .

Fora a brincadeira da caixa de eletricidade em pó que tive que buscar no sexto andar ( tratava-se de uma caixa de formulário ) e carregá-la pelas escadas até o oitavo, também fui vítima de ter que “caçar “por uma máquina de escrever em inglês. A coisa culminou quando fui procurá-la com o Sr. Plínio que sem perder tempo com explicações disse que não tinhna a dita máquina ...

Mas pegadinhas a parte, a equipe sempre foi muito bem-humorada e coisas que faziam parte do cotidiano chegava a me chamar a atenção como as reuniões marcadas pelo Sr. Odair onde muitos dos participantes entravam de óculos escuro ( por que será ?...rs ) munidos de revistas e livros ...( será que eram parte da reunião ? ) ...rs

Lembro também do prédio Martinelli que ficava em frente na São João, quem passava lá embaixo era bombardeado por objetos sólidos e líquidos de procedências suspeitas....rs

Certo dia houve um foco de incêndio no Martinelli ( nada sério ) , mas lembro que algumas das senhoritas que ficavam nas janelas do próprio prédio observando a ação dos bombeiros , estavam sem a parte superior da roupa e eu, logicamente, adorei o espetáculo.

Em nosso andar havia dois compudadores Bull Gamma 30 e anexo tinha um equipamento ( na época de última geração ) e este equipamento possuia uma haste que em dias de chuva o pessoal usada para pendurar os guarda-chuvas.

Um verdadeiro paradoxo, tanta tecnologia e usado como suporte de guarda-chuva...rs .

O que teria dito o dono do projeto do equipamento se tivesse visto aquilo ?...rs

Outro momento foi quando coloquei em uma cadeira com rodinhas uma caixa de cartões perfurados que teria que ser levado para a Dna. Estrela . Coloquei tudo no monta-carga ( um elevadorzinho que ia até a perfuração ). No caminho a rodinha deslizou e destruiu toda a cadeira e os cartões foram parar no fosso.

No dia seguinte o Roberto Yamada me mostrou uma plaquinha metálica ( ativo-fixo ) da cadeira e disse : Essa foi a única parte da cadeira que ficou inteira ! ...rs

Lembro bem do Angotti que para falar mexia os braços mais que um nadador olímpico.

Certo dia o Carlini resolveu segurar seus braços enquanto falava . O Angotti parou de falar no mesmo instante. Ficou mudo !

E o Nelson Viarti ! Quando ele tinha que anotar algo para ser transcrito depois , o rascunho dele era de um esmero sem igual .Tinha margem, sublinhado em vermelho , com letras pequenas .....uma verdadeira obra de arte.......Eu adoraria ver como ficava quando passava a limpo. Será que ficava melhor que o rascunho ? Se ficava melhor, deveria ser colocado em um quadro e exibido na pinacoteca....rs .

Havia um colega nosso, o Sérgio Iglésias que ficava na sala do D'Elboux ,ele adorava cantar ópera. De tempo em tempo era uma cantoria que se ouvia de longe.Eu , que ficava ao lado da sala do Sr. Odair e do Sr. Fabiano ouvia perfeitamente, certamente eles também o escutavam . E o Sérgio não poupava a voz. Ainda bem que era afinado ....rs

O Brunoro deixava seu carro estacionado em um estacionamemto lá na Praça das Bandeiras e o cartão que era pendurado no retrovisor só vinha registrado o dia , o mês e o horário mas não o ano, pois o Brunoro tinha a paciência de colecionar todos os cartões para usá-los no ano seguinte e tentar não pagar o estacionamento.......durou pouco ....rs

Todos os setores eram ( ou são ) nomeados por 5 letras ( o nosso CEPDA ) , o Funcionalismo ( FUNCI ) , e certo dia fui procurar o Sr. Moises que não se encontrava em sua mesa , perguntei para o Carlini onde ele estaria e fui informado que estava no GASAN ........., foi só então que descobri que departamento era aquele.........gabinete sanitário .....

Não poderia esquecer do Grande Gilberto Esgalha , adorava contar que havia nascido em uma cidade chamada Avai sem h ( até hoje não sei onde fica ) e nos contava com todo orgulho ( o que era de direito ) que quando jovem colhia algodão na roça .

O Grande Esgalha tornou-se Juiz e foi para uma cidade chadada Ourinhos. Certa vez veio nos visitar e disse que havia muitos convites para encontros das pessoas da alta sociedade da região e que, em um desses encontros, uma certa senhora veio perguntar-lhe se ele tingia seu bigode, ele ( sempre bem-humorado) disse que sim, pintava o bigode de preto e que depois escolhia alguns fios e os pintava de branco para ficar grisalho......rs

Pouco conheci o Luis Francisco( ele trabalhava de madrugada ) e certo dia ele apareceu no escritorio durante nosso expediente , havia estacionado sua moto nas imediações, tirado o capacete , porém, havia ficado com o capuz que só mostrava os olhos e entrou no banco . Conclusão : Foi detido pelos seguranças que por pouco não chamaram a polícia .

Lembro da Dona Geni , a moça do carrinho de café que por onde passava tinha que suportar uma enxurrada de brincadeiras, ela ,sempre muito gentil e sorridente , adorava seu trabalho.

Bem, essas são algumas das lembranças que levei, mas o mais importante foi ter tido a oportunidade de conhecer pessoas do mais elevado nível que em muito contribuiram para a minha formação como pessoa.

Depois que saí do banco fiz faculdade de química, hoje estou com 47 anos, sou pai de 3 garotos mais 2 enteados , trabalho em uma multi alemã e estou muito feliz em poder reencontrá-los.

A todos os colegas do Banco, um forte abraço , muita saúde e paz.

Rogério Stanzione
27/12/2005




  Caro Delboux.

     Idos de 65/66. Após cumprir, sob auspícios da Gloriosa, um périplo interestadual  (Paranavaí(PR) - Cacex (SP) - São Francisco(MG), desembarquei no Mecan (SP). Penso que vizinhei, assessorando, esse pessoal do Cepda. Meu cantinho era meio isolado, junto a um balcãozinho a que se tinha acesso pela portaria da São Bento.

     Situado? Bem, ali, sob a regência do grande Geraldo de Barros, ocupei  lugar de destaque e relevancia naquela afinada, conquanto barulhenta, orquestra que era o Mecan. Incialmente, com a ajuda do Werner Carlos Paulo Heimpell,   destacava extratos de pilhas e mais pilhas de relatórios gerados pelo Cepda. Depois Geraldo, reconhecido pelo meu trabalho, atribuiu-me funções da maior relevância , seja a impressão,  em chapinhas metálicas, de letrinhas em relêvo para endereçamento dos ditos cujos. Era uma equipe da pesada: Geraldo (Artista plástico consagrado no 4º Centenário de SP e industrial diletante - Móveis Hobjeto), Werner Carlos Paulo Heimpel - numismata emérito e industrial ocasional - Leite Glória/Leite Vigor, etc.) e mais alguns bancários ressentidos...Ah! e tinha a Neide...Puxa! ...a Neide - mecanógrafa competentissima.

     Sabe, Delboux, fui muito feliz nessa época. Até que um dia de uma queda fui ao chão. Literalmente. Estripitosamente. Caí da cadeira,  sobe aplausos generalizados e exclamações jubilosas dos enciumados circunstantes. Foi o fim...Perdi o tom. Me "avexei". Botei a viola no saco e fui cantar em outra freguesia.

E tudo por culpa da competente mecanógrafa. Um dia eu conto. Claro, se não for abusar de sua paciência e se tal me permitirem os demais caminhantes dessa gostosa estrada da Saudade.

    Tucum
29/12/2005




MEU CARRO, MEU AMOR

O Joel sempre foi muito considerado entre os 10 vice-pioneiros da era de processamento de dados no BB. Meticuloso como nunca vi outro até hoje, Capaz de desenvolver um programa de 8.000 cartões (iguais aqueles do início da loteria esportiva), colocar no computador, compilar, executar (nem digo testar) e funcionar sem um cisco de inconsistência.

Eu era e sou o outro extremo, colocava o programa para testar (veja que não disse executar) e o computador apontava dezenas de erros. Vale dizer que a despeito disso ambos aprontávamos junto o programa, como um casal feliz.

Apresentados os personagens, vamos à história.

Todo esse cuidado também era dedicado pelo Joel ao seu carro. Ele não ficava muito tempo com o carro. Claro que nós que o conhecíamos aguardávamos a hora em que ele dizia que queria vender a jóia. A oportunidade surgiu na creio que no fim da década de 60 ou início da de 70 (aos mais novos informo que naquela época já existia automóvel). Foi uma aquisição, um prêmio, um sorteio ganho, assim devo ter encarado na ocasião.

Falta dizer um pormenor. Morávamos no mesmo prédio na rua José Getúlio, no bairro da Aclimação em São Paulo. Logo privávamos da mesma garagem e freqüentemente lá nos encontrávamos.

Numa oportunidade chegávamos ao prédio e após estacionar o carro em foco na garagem, minha esposa ao sair empurrou a porta pela ponta para fechar naquele gesto característico e despreocupado de bater e se afastar.

Não notamos, porém que o Joel observava a cena bem de perto. Aproximou-se educadamente e ressaltou algum equívoco na forma de bater a porta. Disse ele demonstrando: “você deve empurrar a porta pelo centro de gravidade, pelo ponto de equilíbrio, para evitar problemas futuros e deve bater com suavidade”. Como disse toda a aula veio acompanhada de demonstração prática.

Veja que a história é perfeitamente coerente com o perfil dos personagens.

Autor: Jacques Leite de Godoy





HISTÓRIA DE AMOR IMPOSSÍVEL

 

Que um homem se apaixone por uma mulher e vice-versa é possível e corriqueiro. Mas um homem apaixonar-se por uma máquina até que acontece. A história que quero contar é de um bando de marmanjos, eu entre eles, que se apaixonaram por uma máquina, a mesma máquina. Aconteceu no século passado, na década de 60 ao final da era romântica. Está certo que foi o primeiro amor de todos por uma máquina e como estamos cansados de saber: o primeiro amor nunca se esquece. A máquina era lindona, não existia outra no Brasil, foi a primeira. Ainda hoje gostamos de dizer que foi o primeiro computador em nosso país, que os cariocas não nos ouçam, pois pode gerar ciúmes e conflitos. Suas façanhas contamos anteriormente e depositamos no site http://www.colegas-bb.com.br/ botão baú do proc. de dados coordenado pelo D´Elboux. Tanto enaltecemos os predicados do computador Gamma 30 que até a concorrência sabia de todos os pormenores e por certo causava alguma preocupação. Assim ganhamos uma segunda igualzinha, ou quase. Mas, sempre tem um “mas”, a tecnologia não para de evoluir e um dia teria que acontecer conosco fazendo-nos sofrer todo o medo do desconhecido que impusemos aos nossos usuários com a implantação da nova metodologia de serviço em substituição aos arcaicos métodos mecanizados. Não era justo, nada melhor havia do que o Gamma 30. Chegou como uma bomba. O BB comprou novo computador, o mais atual da série 360 e deveríamos freqüentar treinamento da nova máquina. O que fazer, vamos lá. Todos os apaixonados pelo Gamma 30 estavam lá sala de aula. O professor designado pela IBM era o melhor e até hoje creio que ainda é: Professor Álvaro Sala. Não muito à vontade começou a aula declarando saber de nossa paixão e que sabia que não existia máquina igual àquela que tanto amávamos. Aos poucos, naquele estilo de cursinho foi ganhando a turma e logo já éramos seus fãs. Depois deste curso o Professor Sala ministrou muitos outros para nossa turma e muitas outras que chegaram depois. Algum tempo depois, quando já estávamos bem íntimos o Professor Sala nos confessou que aquela primeira aula, apesar de sua grande experiência, foi um dos momentos mais difíceis que passou na sua carreira de mestre. Perdemos uma grande máquina e ganhamos um grande amigo e professor. Nunca mais nos apaixonamos por uma máquina, foi a primeira e única.

Autor: Jacques Leite de Godoy